
Membros das etnias que participarão dos IV Jogos Tradicionais Indígenas do Pará, que serão realizados de 4 a 10 de setembro deste ano, em Marudá e outros distritos do município de Marapanim, no nordeste do Estado, estão visitando a sede da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), onde acompanham os últimos preparativos para o evento.Na manhã desta segunda-feira (25), esteve na Seel o líder da etnia Wai Wai, de Oriximiná (oeste paraense), Paulo Wirki, mais conhecido como Paulinho Wai Wai. Esse povo indígena, que tem cerca de 3.500 membros, participou de todas as edições dos Jogos Indígenas, desde Tucuruí, em 2004, Altamira em 2005, e Conceição do Araguaia, na praia da Gaivota, em 2006, ano em que foi realizada a última edição dos Jogos neste formato, com apenas etnias paraenses participando das competições.
O povo Wai Wai viajará durante quase três dias para chegar a Marudá. Da terra Wai Wai, na localidade Mapuera, até a terra quilombola de Cachoeira Porteira, em embarcações conhecidas como rabetas, eles levarão dois dias. Deste local até a sede de Oriximiná serão mais 14 horas em viagem de barco. De Oriximiná a Santarém serão mais nove horas, também em barcos de linha, comuns naquela região para o transporte de passageiros. A viagem de Santarém a Belém será de avião. De Belém, os indígenas Wai Wai seguirão de ônibus para Marudá.
A viagem, mesmo longa e cansativa, é válida, na avaliação de Paulinho Wai Wai. “Nosso povo participou de todas as edições desses Jogos. Estaremos com o espírito esportivo, para competir. Mas temos consciência que o mais importante é o sentido de celebração, de se reencontrar com os nossos irmãos indígenas”, afirmou o líder Wai Wai.
O sentido de celebração dos Jogos é reforçado pela titular da Seel, Renilce Nicodemos. “Abraçamos a realização dos Jogos Indígenas como uma resposta aos constantes pedidos que recebemos dos indígenas, para que fossem retomados. A competição, aliada à celebração, reforça a vontade de manter viva a cultura desses povos. Nossa missão é dar condições e a garantia de que tudo saia dentro da normalidade, e que tenhamos realmente uma mostra dessa tradição, que é do povo paraense”, ressaltou a secretária.
Infraestrutura – No último final de semana, o sistema de iluminação no alojamento dos indígenas foi inaugurado. O local fica na estrada entre a sede municipal de Marapanim e o Distrito de Marudá, a três quilômetros da praia. Todas as 16 ocas têm iluminação elétrica, assim como o restaurante – com capacidade para 750 pessoas – e a cozinha, que ficam ao lado do alojamento. As ocas são de palha e têm o piso em madeira. Cada uma pode acomodar até 30 pessoas.
Uma equipe do Governo do Estado pretende remontar duas dessas ocas em Belém, para que fiquem em exposição e sirvam como local para venda de artesanato indígena.
Treze etnias que vão competir nos Jogos são do Pará. Aikewara são de São Domingos do Capim; os Assurini de Tocantins, de Tucuruí; os Assurini do Xingu e os Araweté, de Altamira; os Gavião Kykatejê e Gavião Parkatejê, de Bom Jesus do Tocantins; os Guarani, de Jacundá; os Kayapó, de Tucumã; os Munduruku, de Jacareacanga; os Parakanã, de Altamira; os Tembé, de Paragominas; os Xikrin, de Ourilândia do Norte, e os Wai Wai, de Oriximiná. As etnias convidadas são os Pataxó (da Bahia) e os Xerente (do Tocantins).
Para realizar os Jogos, a Seel tem como parceiros as secretarias de Estado de Saúde Púbica (Sespa), de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), de Comunicação (Secom) e de Turismo (Setur), além da Companhia Paraense de Turismo (Paratur), da Empresa de Processamento de Dados (Prodepa), da Prefeitura Municipal de Marapanim, do Instituto Muirapinima, do Corpo de Bombeiros do Estado e do Departamento de Trânsito do Estado (Detran), com patrocínio da Celpa e da Caixa Econômica Federal.
Os IV Jogos Tradicionais Indígenas são uma realização do Governo do Estado, por meio da Seel e do Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena. As competições terão entrada gratuita. Mais informações estão no site do evento www.seel.pa.gov.br/jogosindigenas, no qual também pode ser feito o credenciamento dos profissionais de imprensa.
Texto: Dedé Mesquita – Ascom/Seel
0 comentários:
Postar um comentário
Seja bem vindo!